Responsáveis culpam governo federal; Suzano apresenta o maior valor pendente, sendo R$ 21 milhões no total
Daniel Carvalho
Unidade de Suzano enfrenta crise; interventor culpa investimento insuficiente
As Santas Casas instaladas no Alto Tietê têm dívidas acumuladas de pelo menos R$ 38,5 milhões e a tendência é de que esse débito cresça, apesar dos esforços de provedores, interventores e autoridades políticas para garantir viabilidade econômica a estas instituições que atendem preferencialmente os pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). E é nos valores recebidos do SUS, por meio do Ministério da Saúde, em pagamento aos serviços médicos prestados, que está o maior problema das unidades e também de outros hospitais filantrópicos.
Os responsáveis pelas Santas Casas garantem que a diferença média de até 40% entre o custo dos procedimentos realizados e o valor pago pelo SUS seria a causa maior da "bola de neve" em que se transformaram as dívidas.
Para tentar reverter esse cenário que poderá levar as unidades filantrópicas a inviabilidade econômica e operacional, ou ao menos chamar a atenção governo federal para a gravidade da crise, a Confederação Nacional das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas planeja uma mobilização (sem data definida) que incluiria a suspensão do atendimento aos pacientes.
Essa provável manifestação está sendo apoiada até pela Secretaria de Estado da Saúde. O Ministério da Saúde, por seu lado, disse à reportagem do DAT que o pagamento dos procedimentos é feito de acordo com o valor previsto pela legislação do SUS e que não tem como o governo federal pagar a menos por um procedimento.
Situação difícil
Levantamento feito pelo Diário do Alto Tietê revelou que a Santa Casa de Suzano é que está em situação mais complicada, com uma dívida total de R$ 21 milhões. A unidade de Mogi das Cruzes deve R$ 15,4 milhões e a de Salesópolis tem pendências financeiras de pelo menos R$ 2,5 milhões. A Santa Casa de Santa Isabel não retornou os contatos do DAT para falar dos problemas financeiros enfrentados.
Cortar gastos, buscar apoio da sociedade civil, dos governos municipais e apoiar manifestações em favor do aumento dos valores pagos pelo SUS são as principais ações dos gestores de Santas Casas do Alto Tietê e também em outras regiões. Com um déficit mensal de aproximadamente R$ 300 mil, a unidade de Mogi tomou diversas medidas administrativas e buscou apoio de lideranças da cidade para não chegar ao fundo do poço.
Mesmo assim, o provedor Mario Calderaro diz que o cenário não permite imaginar, a curto ou médio prazo, o fim das dívidas do hospital: "A diferença entre o custo dos procedimentos e o valor pago pelo SUS continua sendo a maior dificuldade e por isso apoiamos os movimentos que pedem um reajuste na tabela", argumentou ele.
Culpados
Interventor da Santa Casa de Suzano, o médico Marcelo Godofredo considera tímidas as mobilizações para forçar o governo federal a reajustar os valores repassados. "O movimento iniciou algumas ações em São Paulo e pede o aumento do repasse da tabela SUS em cerca de 40%. Ao meu ver, ainda é algo tímido e o reajuste deveria ser no mínimo de 60% para poder equilibrar as contas. É preciso deixar claro que a dívida das Santas Casas é alimentada pelo governo federal, que repassa verba insuficiente", ressaltou o interventor da unidade, que foi nomeado pelo prefeito de Suzano, Paulo Tokuzumi (PSDB) no início deste ano.
Os responsáveis pelas Santas Casas garantem que a diferença média de até 40% entre o custo dos procedimentos realizados e o valor pago pelo SUS seria a causa maior da "bola de neve" em que se transformaram as dívidas.
Para tentar reverter esse cenário que poderá levar as unidades filantrópicas a inviabilidade econômica e operacional, ou ao menos chamar a atenção governo federal para a gravidade da crise, a Confederação Nacional das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas planeja uma mobilização (sem data definida) que incluiria a suspensão do atendimento aos pacientes.
Essa provável manifestação está sendo apoiada até pela Secretaria de Estado da Saúde. O Ministério da Saúde, por seu lado, disse à reportagem do DAT que o pagamento dos procedimentos é feito de acordo com o valor previsto pela legislação do SUS e que não tem como o governo federal pagar a menos por um procedimento.
Situação difícil
Levantamento feito pelo Diário do Alto Tietê revelou que a Santa Casa de Suzano é que está em situação mais complicada, com uma dívida total de R$ 21 milhões. A unidade de Mogi das Cruzes deve R$ 15,4 milhões e a de Salesópolis tem pendências financeiras de pelo menos R$ 2,5 milhões. A Santa Casa de Santa Isabel não retornou os contatos do DAT para falar dos problemas financeiros enfrentados.
Cortar gastos, buscar apoio da sociedade civil, dos governos municipais e apoiar manifestações em favor do aumento dos valores pagos pelo SUS são as principais ações dos gestores de Santas Casas do Alto Tietê e também em outras regiões. Com um déficit mensal de aproximadamente R$ 300 mil, a unidade de Mogi tomou diversas medidas administrativas e buscou apoio de lideranças da cidade para não chegar ao fundo do poço.
Mesmo assim, o provedor Mario Calderaro diz que o cenário não permite imaginar, a curto ou médio prazo, o fim das dívidas do hospital: "A diferença entre o custo dos procedimentos e o valor pago pelo SUS continua sendo a maior dificuldade e por isso apoiamos os movimentos que pedem um reajuste na tabela", argumentou ele.
Culpados
Interventor da Santa Casa de Suzano, o médico Marcelo Godofredo considera tímidas as mobilizações para forçar o governo federal a reajustar os valores repassados. "O movimento iniciou algumas ações em São Paulo e pede o aumento do repasse da tabela SUS em cerca de 40%. Ao meu ver, ainda é algo tímido e o reajuste deveria ser no mínimo de 60% para poder equilibrar as contas. É preciso deixar claro que a dívida das Santas Casas é alimentada pelo governo federal, que repassa verba insuficiente", ressaltou o interventor da unidade, que foi nomeado pelo prefeito de Suzano, Paulo Tokuzumi (PSDB) no início deste ano.
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