Piso da parte de fora do estádio já apresenta irregularidades e desníveis.
Inclinação da rampa que liga o metrô ao estádio é maior do que a ABNT determina.
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IBGE calcula que um em cada quatro brasileiros tem algum tipo de deficiência. E em dia de clássico no recém-reformado estádio do Maracanã, o Jornal das Dez mostra os desafios que muitos desses brasileiros enfrentam todos os dias: a mobilidade. Nossas equipes acompanharam o dia de um torcedor com deficiência a caminho do Fla-Flu. A reportagem mostra os obstáculos que são triviais para muitos, mas intransponíveis para quem precisa de uma cadeira de rodas.
Heitor ficou paraplégico depois de um acidente de moto, há 11 anos. A adaptação para o carro foi comprada dois anos depois do acidente. No caminho para o estádio, como não havia nenhuma indicação, o técnico em telecomunicações teve que pedir informação diversas vezes.
A família do controlador e planejador Ricardo Maia, também cadeirante, também teve que pedir informações sobre o estacionamento no caminho, pois não havia informações na internet.
O piso da parte de fora do estádio, recém-feito, já apresenta irregularidades e desníveis. A inclinação da rampa que liga o metrô ao estádio é muito maior do que os dez graus que a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) determina. Na rampa que leva ao nível 2 do
Maracanã, mais dificuldades. A inclinação novamente não é adequada e Heitor precisa de ajuda para subir.
Os cadeirantes não precisam pagar pelos ingressos, mas 20 minutos antes da partida começar, os torcedores foram informados que as gratuidades para o setor ‘A’ estavam esgotadas.
Na chegada ao setor onde Heitor assistiu ao jogo, torcedores não respeitaram a sinalização no chão e ocupavam o lugar destinado aos cadeirantes.
Quando o intervalo começou, muitos torcedores ignoraram a sinalização e usaram o banheiro destinado a deficientes, apesar de o banheiro masculino ficar logo ao lado.
Em nota, a concessionária responsável pelo Maracanã lamentou o ocorrido. De acordo com a empresa, as obras de reforma do estádio foram realizadas seguindo as normas técnicas da ABNT, e se prontificou a verificar o que chamou de 'casos isolados'. O governo do estado alegou que o estádio ainda é administrado pelo consórcio responsável pelas obras, e que cabe a este resolver eventuais problemas de acesso
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