O presidente das Filipinas, Benigno Aquino, tem enfrentado uma crescente pressão para acelerar a distribuição de suprimentos e reavivou o debate sobre a quantidade de vítimas fatais do tufão.
Aquino disse que a cifra de 10.000 mortos estimada no início desta semana por autoridades locais era exagerada e foi causada pelo "trauma emocional". Ele afirmou que o número estava mais perto de 2.000 ou 2.500, acrescentando que poderia subir. Seus comentários provocaram ceticismo entre alguns agentes de ajuda humanitária.
"Até 13 de novembro, o governo informou que 4.460 pessoas morreram", afirmou o escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários em seu relatório diário sobre a situação, emitido de Manila e datado de 14 de novembro.
Um oficial confirmou nesta quinta-feira o número de mortos em 2.357. Não ficou claro na sexta-feira (horário local), ainda muito cedo em Manila, se o governo atualizou publicamente esse número durante a madrugada.
Os sobreviventes estão cada vez mais desesperados e irritados com o ritmo da distribuição de ajuda que tem sido dificultado pela paralisação dos governos locais, saques generalizados, falta de combustível e estradas interditadas por destroços.
Os mortos estão sendo enterrados uma semana depois da passagem da tempestade e de algo semelhante a um tsunami que atingiram cidades costeiras. Muitos corpos permanecem descobertos em estradas ou sob casas desmoronadas em Tacloban, a cidade mais afetada.
Agentes humanitários estrangeiros disseram que se trata de um desastre sem precedentes nas Filipinas.
"Há devastação. Pessoas estão desesperadas por comida, água, abrigo, suprimentos e informações sobre seus entes queridos", disse a jornalistas o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, durante uma visita à Letônia nesta quinta-feira.
"Estamos fazendo todo o possível para apressar a assistência àqueles que dela necessitam. Agora é a hora de a comunidade internacional ficar com o povo das Filipinas."
O porta-aviões norte-americano USS George Washington e outros navios chegaram na noite desta quinta-feira à costa da duramente afetada província oriental de Samar com 5.000 tripulantes e mais de 80 aeronaves.
A China decidiu "há poucos dias prestar uma assistência adicional equivalente a 10 milhões de yuans (US$ 1,6 milhão) em cobertores, barracas e outros materiais", anunciou Qin Gang, porta-voz do ministério das Relações Exteriores.
"Haverá milhares de tendas e dezenas de milhares de cobertores. Esperamos poder transportar este material para as áreas afetadas o mais rápido possível", disse Qin Gang.
Até o momento, a China havia anunciado a entrega de US$ 100 mil para o governo filipino e uma quantidade equivalente à Cruz Vermelha chinesa, quantias muito abaixo da assistência prestada por outros países, o que desencadeou uma onda de críticas no exterior.
"A segunda economia do mundo jogas moedas em um arquipélago devastado", escreveu a revista "Time", que chamou a ajuda de "insultante" e criticou a "mesquinharia" da China.
Já o jornal "Global Times" lembrou por sua parte que é de interesse da China ajudar as Filipinas.
"A China, como potência responsável, deve participar das operações de socorro em um país vizinho atingido por uma catástrofe, seja o país amigo ou não".
A China e as Filipinas disputam a soberania do atol de Scarborough, a 200 km da costa filipina, ocupado desde o ano passado pelos chineses.
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