Durante seu discurso no plenário do Senado na última anta feira (12), o senador e pastor evangélico Magno Malta teceu uma série de críticas ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), devido a uma denúncia que relaciona igrejas evangélicas a atividades de traficantes nas comunidades de Vaz Lobo e Vicente de Carvalho, zona norte do Rio de Janeiro.
De acordo com a denúncia, que é investigada pelo Ministério Público e pela Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR), traficantes que se declaram evangélicos estariam proibindo cultos de religiões de matriz africana nas comunidades cariocas.
Afirmando estudar a possibilidade de acionar o promotor responsável no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) por causa das denúncias, o senador criticou também os jornais Extra e O Globo, pela publicação de matérias afirmando que “traficantes convertidos” estariam proibindo os cultos afro na comunidades controladas por eles.
- Uma matéria esdrúxula dizendo que os traficantes evangélicos estão obrigando a fechar centros de macumba, centros de umbanda. Quero saber que dia que evangélico largou a igreja, jogou a Bíblia dele em cima do banco, pegou uma escopeta, entrou num centro de macumba e mandou todo mundo sair, parar com o ritual que estavam fazendo – criticou o senador.
Magno Malta criticou também o promotor responsável pelo caso. de acordo com o senador, e promotor teria ameaçado convocar líderes de igrejas evangélicas para fazerem um Termo de Ajustamento de Conduta com líderes de religiões de matriz africana. De acordo com Malta, tal atitude revela que o promotor “não conhece a lei”.
- Esse promotor diz que vai chamar a Igreja Evangélica, onde é que chegamos? Vai chamar a Igreja Evangélica para fazer um ajuste de conduta. Olhe só! Um ajuste de conduta? Como se a igreja estivesse debaixo dos pés do Ministério Público. Igreja não é clube de futebol. Se o senhor não conhece a lei, doutor, pegue o Código Civil e veja que o senhor está extrapolando as suas funções ao chamar igreja para fazer ajuste de conduta – afirmou Magno Malta.
- E precisa acabar com essa história de ter medo de promotor. Se o promotor levanta o dedo para você, que é uma coisa muito comum, levante o seu também e diga: “Doutor, eu vou constituir um advogado, mas o senhor constitua também, que eu vou levá-lo para o Conselho Nacional do Ministério Público” – orientou Malta, afirmando que o cidadão que se sentir constrangido por um promotor deve denunciá-lo. .ele classificou de “brincadeira de mau gosto” e “palhaçada” as supostas ameaças feitas pelo MPRJ.
Durante sua fala no plenário, malta criticou a também a revista Carta Capital pela matéria “Menor bom é menor preso?”, na qual foi um dos entrevistados, publicada na edição desta semana. Segundo o senador, a entrevista durou meia hora mas a revista usou apenas poucas de suas frases, e de maneira tendenciosa.
De acordo com a Agência Senado, Malta afirma que durante a entrevista defendeu que menores que cometam crimes hediondos devem perder menoridade para responder ao crime, mas cumprir a pena em centros especializados com acompanhamento de sua família e terapeutas. Porém, suas únicas frases publicadas pela revista teriam sido: “Criança é quem toma mamadeira, faz xixi no colo da mãe e dorme no berço” e “Quem rouba, mata, estupra e sequestra é bandido e pronto”.
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