Polícia pede prisão preventiva de 2º motorista envolvido em mortes

A Polícia Civil de Mogi das Cruzes pediu, na tarde de ontem, a prisão preventiva do auxiliar de escritório Paulo Henrique de Oliveira Mota Batista, de 23 anos. O rapaz é um dos motoristas do acidente que resultou no atropelamento e na morte de seis jovens na madrugada do último sábado. O pedido foi feito pelo delegado Daniel Miragaia, responsável pela investigação, que até o fechamento desta edição aguardava a resposta da Justiça.

"O suspeito já demonstrou ter tendência de subtrair materiais de prova. Já que teria voltado ao local do crime, procurando o para-choque do carro", afirmou o delegado. "Batista provocou Reginaldo (Ferreira da Silva, de 41 anos, pedreiro que conduzia o outro veículo envolvido no atropelamento), ligando o pisca alerta e depois disso iniciou o racha para saber quem dominava a pista".

O delegado informou que assim que o mandado sair, os policiais vão atrás do suspeito para efetuar a prisão. Silva está preso desde sábado 
DEPOIMENTO Batista esteve ontem no 2º DP de Mogi para prestar depoimento e foi indiciado por homicídio doloso qualificado. Ele foi ao Instituto Médico Legal (IML) para fazer exame de sangue para detectar se havia indícios de álcool e drogas em seu organismo.

PRISÃO O pedreiro foi preso em flagrante logo após o acidente, acusado de homicídio doloso e embriaguez ao volante. À Polícia Civil, ele disse que disputava um racha com Batista, que estava em um Pálio. "Ele me provocou e eu fui atrás", afirmou às autoridades.

Batista fugiu sem prestar socorro e o carro foi localizado pela polícia no domingo. Seu advogado, Francisco Alves de Lima, disse à polícia que Batista não teria prestado socorro às vítimas por medo de linchamento e a defesa nega que tenha ocorrido um racha. 

Segundo o advogado, o pedreiro "ficou bravo" após ser ultrapassado por Batista e decidiu acelerar para ultrapassá-lo.

DESPEDIDA No velório comunitário na Igreja São Judas Tadeu, no bairro Jardim Santo Ângelo, em Mogi das Cruzes, familiares e amigos estavam revoltados e pediam Justiça. Por volta das 17 horas de domingo, cinco vítimas - Lucas Baptista Lopes, de 13 anos; Jeferson Andrade Nunes, de 17; Herick Henrique Pereira, de 17; Rebert Nascimento Silvério, de 19; e André Francisco Duarte, de 22 - foram enterradas sob forte comoção e indignação no Cemitério da Saudade. A sexta vítima, Patrícia Fontana Rieper, de 19 anos, já havia sido sepultada no Cemitério Parque das Oliveiras.

Na noite de domingo, cerca de 50 pessoas protestaram na Avenida Japão, com barreiras de fogo. A polícia usou bombas de efeito moral para dispersar o grupo. "As pessoas pensam que é pista de corrida" criticou Yanca da Silva, de 17 anos, irmã de um dos mortos na tragédia.