Shakil Afridi, considerado um herói por autoridades dos EUA, foi preso depois que soldados norte-americanos mataram Bin Laden em maio de 2011 em uma operação secreta, o que causou indignação no Paquistão e mergulhou em crise as relações entre os dois parceiros estratégicos.
O Paquistão prendeu Afridi e o sentenciou no ano passado a 33 anos de prisão por integrar o grupo militante Lashkar-e-Islam, acusação que ele nega.
Mas em agosto o Paquistão anulou essa condenação, citando erros processuais, e ordenou novo julgamento.
O indiciamento por homicídio apresentado nesta sexta-feira, relacionado à morte de um paciente oito anos atrás, obscurece as chances de Afridi ser libertado e pode piorar ainda mais as relações do país com os Estados Unidos.
A acusação se relaciona à morte de Suleman Afridi, num hospital na região montanhosa da região de Agência Khyber, em 2005, e foi apesentada pela mãe do homem, disse à Reuters uma autoridade local.
"Uma mulher culpa Afridi pela morte de seu filho", disse um funcionário, falando sob a condição de manter o anonimato. "Ela afirma que ele operou o filho em um hospital da região de Khyber mesmo não sendo um cirurgião, e isso causou a morte do filho dela."
Não estavam disponíveis de imediato outros detalhes do caso. Afridi não é parente do médico, apesar de terem o mesmo sobrenome.
A Agência Khyber, situada na fronteira com o Afeganistão, é parte de áreas semiautônomas onde a lei tribal predomina em vez do sistema judicial do Paquistão, e o governo é ali representado por um agente político.
O advogado de Afridi, Samiullah Afridi ─ também sem parentesco com ele ─ disse que autoridades de Khyber o informaram sobre a acusação de assassinato na manhã desta sexta-feira.
O Paquistão acusa o médico de ter realizado uma falsa campanha de vacinação na qual ele recolheu amostras de DNA para ajudar a Agência Central de Inteligência (CIA) dos EUA a rastrear Bin Laden.
Afridi é um sobrenome compartilhado por membros de uma tribo pashto que leva esse nome.
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