Fogo queimou acervo de quadros, esculturas, móveis antigos e réplicas em gesso
O galpão onde ficavam as réplicas de obras de arte foi a área mais atingida pelo incêndio que destruiu o Centro Cultural do Liceu de Artes e Ofícios, na madrugada desta terça-feira (4), segundo a Defesa Civil municipal. O fogo queimou quase todo o acervo de quadros, esculturas, móveis antigos e réplicas em gesso.
A Defesa Civil municipal estima que uma área de cerca de 2,5 mil quadrados foi atingida pelas chamas. “O galpão, onde ficavam as réplicas, foi o mais atingido. O mezanino também. Algumas telhas e parte da iluminação ficaram soltas, mas, no momento, não há riscos de colapso da estrutura”, afirmou o coordenador da Defesa Civil Municipal, coronel Jair Paca de Lima. Parte da estrutura é de madeira, o que facilitou a propagação do fogo.
Uma das réplicas consumidas pelas chamas parece a de David, de Michelangelo, um dos maiores artistas do Renascimento. Os vigias avisaram o Corpo de Bombeiros quando o incêndio começou, pouco antes de 1h. Um efetivo de 48 bombeiros, em 14 viaturas, conseguiram chamas em 20 minutos. Ninguém ficou ferido.
De acordo com Jair Paca de Lima, um engenheiro da Prefeitura deve fazer uma visita e emitir um laudo de interdição do Centro Cultural. Com esse documento, a direção do Liceu deve solicitar uma autorização para a realização de obras de emergência. Nesta manhã, a Subprefeitura da Sé fazia levantamento sobre a documentação do espaço. O Corpo de Bombeiros até as 10h40, não informou se o prédio tinha auto de vistoria e estava regularizado.
Em novembro, um incêndio atingiu o auditório do Memorial da América Latina, na Zona Oeste de
São Paulo. O auditório Simón Bolívar não possuía alvará de funcionamento. O Corpo de Bombeiros informou que 16 homens - 15 integrantes da corporação e um bombeiro civil - ficaram feridos.
HistóriaFundado em 1873, o Liceu se tornou referência na cidade como escola de ensino técnico profissionalizante e de formação geral, segundo o site da instituição. No início do século 20, o engenheiro e arquiteto Ramos de Azevedo assumiu a direção do Liceu, e seu escritório contratou obras para serem executadas por artesãos e alunos.
Em 1905, reconhecido por seus trabalhos em marcenaria, serralheria e esculturas em madeira, o centro iniciou a comercialização de seus produtos, como fonte de recursos para manutenção de cursos gratuitos. Em 1930, o Liceu desenvolveu e fabricou o primeiro hidrômetro (instrumento usado para medir a velocidade ou o escoamento da água) inteiramente nacional.
Entre as obras mais famosas produzidas pela instituição, estão portais em madeira da Catedral de São Paulo, um monumento a Duque de Caxias e esquadrias metálicas do Museu de Arte de São Paulo (Masp).
Hoje, o Liceu oferece dois cursos: o ensino técnico integrado ao Ensino Médio, gratuito, e o Ensino médio, pago
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