Na volta para casa, estações de trens e metrô ficaram lotadas.
Rodízio de veículos foi suspenso pela Prefeitura nesta terça-feira (20).
A paralisação de cobradores e motoristas de ônibus em São Paulo nesta terça-feira (20) provocou trânsito recorde na cidade, fechou 16 terminais e superlotou as estações de trens e de metrô. Não foi divulgado se o protesto será mantido nesta quarta-feira
O prefeito Fernando Haddad (PT) e o secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, usaram a expressão "sabotagem" para definir a paralisação.
O movimento começou às 9h50 com motoristas da Viação Santa Brígida e Sambaiba, no Centro. Ao longo do dia, mais motoristas aderiram ao movimento que contesta acordo salarial fechado na segunda de reajuste de 10%. A interrupção não foi anunciada: motoristas dizem que o aumento não foi suficiente.
No começo da tarde, seis terminais de ônibus estavam parados. Por volta das 16h, eram 12 pontos, que aumentaram para 16 no começo da noite.
Recorde e rodízio suspenso
Por conta da paralisação, o rodízio de veículos foi suspenso no período da tarde, o que prejudicou mais ainda o tráfego. Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), o congestionamento foi recorde: foram 261 km de filas às 19h. O índice superou o registrado em 17 de abril, véspera do feriado de Páscoa, quando 258 km de vias ficaram congestionadas.
Por conta da paralisação, o rodízio de veículos foi suspenso no período da tarde, o que prejudicou mais ainda o tráfego. Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), o congestionamento foi recorde: foram 261 km de filas às 19h. O índice superou o registrado em 17 de abril, véspera do feriado de Páscoa, quando 258 km de vias ficaram congestionadas.
Diversas ruas da cidade ficaram com filas de ônibus parados. Na Avenida Brigadeiro Faria Lima, no sentido Largo da Batata, os carros circulavam por apenas uma faixa. Os veículos parados sobre a Ponte Eusébio Matoso complicaram o trânsito em toda a Marginal Pinheiros.
Na noite desta terça, nove dos 16 terminais tinham sido liberados: Varginha, Princesa Isabel, Parque D. Pedro II, Vila Nova Cachoeirinha, Santana, Casa Verde, Sacomã, Grajaú e Amaral Gurgel.
Os terminais Mercado, Bandeira, Pirituba, Lapa, Pinheiros, Butantã e Barra Funda, entretanto, permaneciam bloqueados. Em entrevista à TV Bandeirantes, o prefeito Fernando Haddaddefiniu o ato como “sabotagem”. "Esse tipo de sabotagem é difícil de resolver, porque botar um ônibus na transversal e jogar a chave fora não é simples de resolver."
As estações de trens e metrô também foram afetadas. Segundo a Via Quatro, concessionária que administra a Linha 4- Amarela, houve momentos em que os passageiros tiveram dificuldade para entrar e se locomover na estação Pinheiros por conta do excesso de pessoas. Os trens, entretanto, circulavam com velocidade normal.
Motoristas discordam de acordo
De acordo com os motoristas ouvidos pelo G1 no Terminal Pinheiros, eles discordam da decisão tomada em assembleia na noite desta segunda-feira (19). A categoria decidiu na sede do sindicato aceitar a proposta das empresas. Assim, o sindicato decidiu cancelar a paralisação prevista para esta semana.
De acordo com os motoristas ouvidos pelo G1 no Terminal Pinheiros, eles discordam da decisão tomada em assembleia na noite desta segunda-feira (19). A categoria decidiu na sede do sindicato aceitar a proposta das empresas. Assim, o sindicato decidiu cancelar a paralisação prevista para esta semana.
Segundo a proposta aceita na assembleia, os motoristas receberão 10% de reajuste salarial, tíquete alimentação mensal de R$ 445,50 e participação nos lucros e produtividade de R$ 850, entre outros benefícios.
Inicialmente, as empresas ofereceram 5% de reajuste. Já o sindicato pedia um índice de 13%. Um dos benefícios mais festejados pela categoria nesta campanha salarial foi o reconhecimento à insalubridade, dando o direito a aposentadoria especial aos 25 anos de trabalho. A direção do sindicato, que representa ao todo 37 mil trabalhadores, se disse surpreendida com a atitude de alguns motoristas.
Leia a nota do sindicato da categoria
A direção do Sindicato dos Motoristas de São Paulo esclarece que foi surpreendida na manhã de hoje (20/05) com as manifestações realizadas na cidade por alguns trabalhadores (as) que se dizem contrários ao fechamento da Campanha Salarial 2014. Ontem na Assembleia Geral, que ocorreu no final da tarde, mais de 4 mil trabalhadores (as) compareceram e aprovaram a proposta apresentada que foi de: 10% no salário; ticket mensal de R$ 445,50; PLR de R$ 850,00; melhoria dos produtos da cesta básica (o Sindicato irá determinar as marcas); 180 dias de licença maternidade; fim do Genérico e o reconhecimento da insalubridade, dando o direito a Aposentadoria Especial aos 25 anos de trabalho. Além disso, ficou determinado a criação de uma Comissão para discutir outras questões como convênio médico, situação do setor de manutenção, ou seja, dar continuidade na revolução de problemas enfrentados pela categoria. O Sindicato, através do seu presidente Valdevan Noventa e da sua diretoria, irá verificar de onde partir essas manifestações e o motivo real que levou os trabalhadores (as) a tomarem essa atitude, principalmente porque foi logo após terem aceitado e aprovado a proposta em Assembleia.
Leia a nota do sindicato da categoria
A direção do Sindicato dos Motoristas de São Paulo esclarece que foi surpreendida na manhã de hoje (20/05) com as manifestações realizadas na cidade por alguns trabalhadores (as) que se dizem contrários ao fechamento da Campanha Salarial 2014. Ontem na Assembleia Geral, que ocorreu no final da tarde, mais de 4 mil trabalhadores (as) compareceram e aprovaram a proposta apresentada que foi de: 10% no salário; ticket mensal de R$ 445,50; PLR de R$ 850,00; melhoria dos produtos da cesta básica (o Sindicato irá determinar as marcas); 180 dias de licença maternidade; fim do Genérico e o reconhecimento da insalubridade, dando o direito a Aposentadoria Especial aos 25 anos de trabalho. Além disso, ficou determinado a criação de uma Comissão para discutir outras questões como convênio médico, situação do setor de manutenção, ou seja, dar continuidade na revolução de problemas enfrentados pela categoria. O Sindicato, através do seu presidente Valdevan Noventa e da sua diretoria, irá verificar de onde partir essas manifestações e o motivo real que levou os trabalhadores (as) a tomarem essa atitude, principalmente porque foi logo após terem aceitado e aprovado a proposta em Assembleia.
O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo (SPUrbanuss), Francisco Cristovam, afirmou em entrevista à rádio CBN que fechou acordo com o sindicato da categoria na noite de segunda. “[Os responsáveis pela paralisação] não têm representatividade. Com quem vamos negociar?”, indagou.
Final de noite
Muitos trabalhadores ainda tentavam arrumar uma maneira de chegar em casa no final da noite desta terça-feira (20). Na Zona Oeste da capital, por exemplo, a Estação Butantã do Metrô era o ponto final para vários moradores de bairros que fazem divisa com munícipios vizinhos da capital, como Taboão da Serra, e próximos de rodovias, como a Raposo Tavares. A partir daí, cada um se virava como podia: valia desde ligar para um familiar, dividir um táxi ou até pedir carona.
Muitos trabalhadores ainda tentavam arrumar uma maneira de chegar em casa no final da noite desta terça-feira (20). Na Zona Oeste da capital, por exemplo, a Estação Butantã do Metrô era o ponto final para vários moradores de bairros que fazem divisa com munícipios vizinhos da capital, como Taboão da Serra, e próximos de rodovias, como a Raposo Tavares. A partir daí, cada um se virava como podia: valia desde ligar para um familiar, dividir um táxi ou até pedir carona.
Elisângela do Nascimento, que trabalha em uma empresa de telemarketing na Rua da Consolação, por exemplo, costuma ir até o Terminal Bandeira, no Centro, para pegar uma única condução que a deixava próxima de casa, no Jardim Jacqueline, perto de Taboão. Sem ônibus, teve de ir de metrô até o Butantã, onde, por volta das 22h30, ainda não sabia como faria para continuar a viagem.
"Não sei o que fazer. Não tenho ninguém para ligar e estou sem dinheiro, sem nada. Usei para pagar a passagem do metrô", lamentou. Ela criticou a paralisação dos motoristas e cobradores. "Fiquei em pânico quando eu soube. Como paralisam assim sem avisar no meio do dia?"
Neli Ramos de Aquino, que também trabalha em uma empresa de telemarketing, na região da República, no Centro, precisou contar com a ajuda de uma tia para retornar para casa, no Jardim das Palmas, também perto de Taboão. "Ela está vindo me buscar de táxi. De ida e volta, vamos gastar uns R$ 100. O pior é que a empresa não paga", disse.
Sobre a greve, a considerou "um transtorno". "Tudo bem eles reivindicarem o direito deles, mas não é justo eles prejudicarem os trabalhadores por isso", afirmou.
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