Marília Pêra recebendo homenagem da Mocidade Alegre |
A atriz,
cantora e diretora Marília Pêra morreu às 6h deste sábado (5), no Rio, aos 72
anos. A atriz, que lutava contra um câncer de pulmão havia 2 anos, morreu
em casa, ao lado da família. Ela deixa os filhos Ricardo Graça Mello, Esperança
Motta e Nina Morena e o marido Bruno Faria. O velório foi marcado para o Teatro
Leblon, na sala Marília Pêra. O corpo chegou
ao local da cerimônia, fechada para família e amigos, por volta das 14h30.
Marília era uma
das artistas mais completas do Brasil: além de interpretar, era cantora,
bailarina, diretora, produtora e coreógrafa. Trabalhou em mais de 50 peças,
quase 30 filmes e cerca de 40 novelas, minisséries e programas de televisão. Um
dos últimos trabalhos da atriz foi sua participação na série "Pé na Cova',
da TV Globo, onde interpretava a personagem Darlene.
Marília Soares Pêra nasceu em 22 de janeiro de
1943, no bairro do Rio Comprido, no Rio. Sua primeira entrada em cena aconteceu
quando ainda era bebê, fazendo figuração numa peça, informa seu perfil no
Memória Globo. Aos quatro anos de idade, ela atuou com os pais no espetáculo
“Medeia”. Sua irmã mais nova, Sandra Pêra, também é atriz e cantora.
Entre os 14 e
os 21 anos, Marília atuou como bailarina em musicais. Quando tinha 18, viajou
por Brasil e Portugal com a peça “Society em baby-doll”. Outro destaque foi
“Como vencer na vida sem fazer força”, trabalhando ao lado de Procópio
Ferreira, Moacyr Franco e Berta Loran.
Em 1965, Marília foi contratada pelo diretor Abdon
Torres para integrar o elenco inicial da TV Globo. Nessa época, fez o papel
principal das novelas “Rosinha do sobrado”, “Padre Tião” e “A moreninha”.
Após um período fora da TV Globo, no qual atuou em
“Beto Rockfeller” (1968), da TV Tupi, ela foi convidada a voltar por Daniel
Filho, em 1971 – viveu Shirley Sexy em “O cafona”, que a tornou ainda mais
conhecida. Na sequência, vieram “Bandeira 2” (1971-72) e “Supermanoela” (1974).
A partir daí, afastou-se das novelas por oito anos, até aparecer em “O campeão”
(1982), exibida pela TV Bandeirantes.
Entre os
trabalhos favoritos na TV, no entanto, Marília escolhia duas minisséries: “O
primo Basílio” (1988), em que interpretou a vilã Juliana, e “Os Maias” (2001),
em que interpretou Maria Monforte. Na minissérie “JK", fez a
ex-primeira dama do Brasil Sarah Kubitschek.
Já na década de
1990, Marília atuou nas novelas “Lua cheia de amor” (1991) e “Meu bem querer”
(1998). Outros trabalhos mais recentes foram em “Começar de novo” (2004);
“Cobras & Lagartos” (2006), como a falida, mas ambiciosa, Milu; “Duas
caras” (2007), como a alienada Gioconda.
Antes de “Pé na cova”, a amizade com Miguel
Falabella já havia rendido papéis no seriado “A vida alheia” (2010), no filme
“Polaroides urbanos” (2008) e na novela “Aquele beijo” (2011), todos escritos
por ele.
Ao longo de uma carreira que durou praticamente
toda sua vida, Marília Pêra destacou-se ainda no
cinema. Estrelou filmes como “Pixote, a lei do mais fraco” (1980), “Bar
Esperança” (1983), “Tieta do agreste” (1995) e “Central do Brasil” (1996) e “O
viajante” (1998).
No teatro, ganhou duas vezes o Prêmio Molière: em
1974, por “Apareceu a Margarida”, e em 1984, por “Brincando em cima daquilo”.
Como diretora, esteve por trás de uma das peças de maior sucesso do país, Após um período fora da TV Globo, no qual atuou em
“Beto Rockfeller” (1968), da TV Tupi, ela foi convidada a voltar por Daniel
Filho, em 1971 – viveu Shirley Sexy em “O cafona”, que a tornou ainda mais
conhecida. Na sequência, vieram “Bandeira 2” (1971-72) e “Supermanoela” (1974).
A partir daí, afastou-se das novelas por oito anos, até aparecer em “O campeão”
(1982), exibida pela TV Bandeirantes.
O retorno às novelas da Globo aconteceu apenas em
“Brega & Chique” (1987). Na pele de Rafaela, fez bastante sucesso por sua
parceria com Marco Nanini. Anos depois, Marília diria que essa foi a novela que
mais gostou de fazer. Ela voltaria a interpretar Rafaela no remake de
“Ti-Ti-Ti” (2011), escrito por Maria Adelaide Amaral.
Além disso, nos
palcos interpretou Carmen Miranda em diversas ocasiões – “O teu cabelo não
nega” (1963), “A pequena notável” (1966), “A tribute to Carmen Miranda” (1975),
apresentada em Nova York, “A Pêra da Carmem” (1986 e 1995) e “Marília Pêra
canta Carmen Miranda” (2005). Outras estrelas vividas por Marília foram Dalva
de Oliveira, no musical “A estrela Dalva” (1987); Maria Callas, na peça “Master
Class” (1996) e a estilista “Coco Chanel”, na peça “Mademoiselle Chanel”
(2004).
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