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Capitão, Thiago Silva levanta a taça do quarto título brasileiro da Copa das Confederações

RIO DE JANEIRO - Perfeição. Com uma das mais brilhantes atuações dos últimos anos, o Brasil não tomou conhecimento da Espanha e faturou o tetracampeonato da Copa das Confederações após uma brilhante vitória por 3 a 0, neste domingo (30), no Maracanã. Fred, duas vezes, e Neymar foram os heróis do time canarinho, que não deixou a Fúria apresentar o futebol que a consagrou.
O resultado premia o trabalho de Luiz Felipe Scolari, que teve a humildade de reconhecer a fragilidade do futebol brasileiro perante as grandes potências do planeta e reconstruiu  a equipe. Felipão mudou a estrutura tática e pediu brio aos seus jogadores, que corresponderam às suas expectativas, trazendo de volta a empatia do público com a Seleção Brasileira. Um belo trabalho em tão pouco tempo disponível.
Sem fúria
O tik-tak ruiu. Antes do duelo contra a Espanha, Felipão afirmou que a classe não conseguiria ser um fator determinante na decisão da Copa das Confederações. Era preciso disciplina tática. Anular as linhas de ações do time europeu. E ele estava certo.
A prova de que sua teoria poderia dar certo, veio logo no rolar da bola. “Mordendo” a saída de jogo do adversário, o Brasil conseguiu imprimir seu ritmo e abrir espaços. E graças a ele saiu o primeiro gol, logo aos dois minutos, quando Hulk recebeu nas costas de Alba. Ao ser fechado, o ponteiro centrou a bola na área. A defesa espanhola bateu cabeça e a pelota ficou viva na área pequena. Fred, mesmo caído, não perdoou. 1 a 0.
Era impressionante a disposição dos comandados de Felipão, tanto tática, quanto de espírito. Diminuindo os espaços, eles conseguiam fazer com que o toque de bola espanhol fosse improdutivo. Quando a pelota estava “viva”, era carrinho para roubá-la. A Fúria ficou acuada. Inexistiu. E só chegava com chutes de longe ou chuveirinho na área de Julio César.
O time canarinho, ao contrário, avançava com perigo. Fred, autor do primeiro gol, perdeu duas grandes oportunidades de ampliar o marcador. Todas elas construídas após rápidas saídas em contra-golpe, principalmente pelas boas atuações de Oscar, Neymar e Hulk.
Aos 40, na única jogada em que a Espanha efetivamente levou perigo, por pouco não saiu o gol de empate. Busquets deu belo passe para Mata, que inverteu o jogo em profundidade, achando Pedro, que avançava livre nas costas de Marcelo. O atacante do Barcelona dominou com calma e chutou em diagonal, tirando de Julio César, mas David Luiz evitou a igualdade praticamente em cima da linha. Era a maior “defesa” desde que o Maraca foi reformado.
Mas a Seleção tratou de acalmar os ânimos. E da forma como o torcedor mais gosta, com gol. Aos 42, Neymar escapou em velocidade e tocou para Oscar. Brilhantemente, o camisa 11 esperou o agora jogador do Barcelona se desmarcar na esquerda para devolver-lhe a bola. E o craque não perdoou. De canhota, o petardo foi morrer no ângulo de Casillas. O golaço apontava 2 a 0 no placar e justificava o “vareio” que os comandados de Scolari davam em campo.
Olé
O domínio continuou na segunda etapa. Mais solta com a vantagem adquirida nos 45 minutos iniciais, a Seleção passou a trocar passes rápidos e impor sua autoridade de pentacampeã do mundo. E como no primeiro tempo, só demorou dois minutos para balançar a rede, quando Hulk recebeu pela esquerda e inverteu a bola. Neymar fez um belíssimo corta-luz, que parou nos pés de Fred. Na ponta da área, o matador chutou cruzado e a gorduchinha foi morrer no barbante. Que show! 3 a 0.
A Espanha teve a chance de se redimir aos 9 minutos, quando o árbitro apontou a marca do cal, após Marcelo calçar Jesus Navas. Sergio Ramos ajeitou a bola com carinho, mas mandou para fora, como já havia feito em outras oportunidades.
A partir desse momento, a torcida brasileira entrou em um verdadeiro êxtase. O irônico é que os gritos de “olé”, tão peculiares nas touradas espanholas, representavam a fragilidade de Vicente Del Bosque e seus comandados sobre um eficiente, porém não menos brilhante, futebol apresentado por Felipão e seus comandados.
E não havia palco melhor para essa redenção. No maior templo do futebol mundial, a Seleção Brasileira devolveu a alegria aos brasileiros e voltou a ser temida pelos adversários. Imagina na Copa!

FICHA DO JOGO
BRASIL  3 X 0 ESPANHA
Gols: Fred (aos 2’) e Neymar (aos 40’ do 1º tempo); Fred (aos 2’)
Data: 30 de junho de 2013
Motivo: Final da Copa das Confederações
Árbitro: Bjotn Kuipers (HOL)
Auxiliares: Sander Van Roekel (HOL) e Eewin Zeinstra (HOL)
Público: 73.531 presentes
Cartões amarelos: Arbeloa e Sergio Ramos (Espanha)
Cartão vermelho: Piqué (Espanha)
Brasil
Julio César, Dani Alves, Thiago Silva, David Luiz, Marcelo; Luiz Gustavo, Paulinho (Hernanes), Oscar; Hulk (Jadson), Fred (Jô) e Neymar.
Técnico: Luiz Felipe Scolari

Espanha
Casillas; Arbeloa (Azplicueta), Piqué, Sergio Ramos, Jordi Alba; Sergio Busquets, Xavi, Iniesta, Mata (Jesus Navas); Pedro e Fernando Torres (David Villa).
Técnico: Vicente Del Bosque