O prefeito de Suzano, Paulo Tokuzumi (PSDB), deve se reunir com os integrantes da irmandade na quinta-feira, quando discutirão sobre que caminho será dado à gestão da entidade. A Prefeitura já afirmou que não se interessa pela continuidade da intervenção, enquanto membros da irmandade formaram uma chapa para retomar o hospital.
As decisões a respeito da administração da Santa Casa têm gerado opiniões controversas inclusive entre os integrantes da irmandade. Mesmo os que aceitaram fazer parte da nova chapa já afirmaram, em entrevista ao DS, que só tomariam a gestão do hospital de volta caso o município se dispusesse a pagar a dívida de quase R$ 30 milhões que a entidade carrega. A Santa Casa também tem sido tema de polêmicas como desvio de verbas, golpes financeiros, processos jurídicos e possíveis erros médicos, o que, para os parlamentares, irmãos e administradores públicos que acompanham, aumenta a aura de problemas em torno do hospital.
O solicitante do pedido de ação do Ministério Público, vereador Vanderlei Ferreira Dourado (PT), o Derli do PT, diz que tomou a iniciativa por conta da reunião que ocorrerá no dia 8, quando o prefeito instalará uma assembleia para, segundo o vereador especifica no pedido, definir uma nova Mesa Diretiva composta por integrantes da irmandade. "Acredito que os irmãos que formam esta chapa foram influenciados pelo Executivo, estão sendo manipulados por manobras e interesses políticos", diz Derli. "A irmandade não tem nenhuma condição técnica de suprir as necessidades da Santa Casa em um momento tão delicado quanto este. Devolver a gestão ao grupo será uma atitude desesperada da Prefeitura".
O vereador afirma que o chefe do Executivo pretende se isentar dos problemas enfrentados pela Santa Casa ultimamente, como o caso do golpe e desvio de verba de R$ 6,3 mil, investigado pela Comissão de Acompanhamento da qual Derli faz parte, a dívida do hospital, as a auditoria que a entidade precisa receber, o envolvimento da empresa Pro-Mogi na administração da entidade, entre outras situações noticiadas pela imprensa nos últimos meses. "A Prefeitura deve assumir sua responsabilidade junto à Saúde Pública, gerir a Santa Casa e dar total autonomia ao interventor Marcelo Godofredo, para que ele, como representante público dentro do hospital, tome as atitudes que precisam ser tomadas para salvar a entidade".
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