Isso porque, explica o presidente do Sindasp, Daniel Grandolfo, a quantidade de presos excedendo a capacidade compromete todo o trabalho dos agentes.
"Demora mais para realizar a contagem dos presos a cada início de turno porque onde deveria ter 12 ou 14 presos tem 40 ou 60 pessoas amontoadas. Também fica mais lento o trabalho de revista dos itens levados pelas famílias dos presos, já que a quantidade também é bem maior. E as famílias reclamam dessa demora. Por causa disso há excesso de trabalho".
Manter a disciplina também é considerada uma tarefa difícil em locais de superlotação. Grandolfo comenta que, em muitas situações, há mais presos na cela do que agentes atuando no turno.
"Assim fica impossível abrir uma cela, seja para liberar para o banho de sol, ou para fazer a contagem. Se você tem 30 agentes no turno é possível controlar 12 ou 14 presos, mas não 40, 50 detentos. Os presos ficam agitados e há muitas agressões", relata.
A insegurança e, em consequência, a tensão para trabalhar é outra queixa do Sindasp. "Os agentes têm muito medo de serem agredidos no trabalho, vão trabalhar todos os dias sob muita tensão. Por ano, mais de 30 agentes são agredidos nos CDPs do Estado. Esse ano houve um caso em Suzano. De acordo com o sindicato, a solução, além da construção de novas unidades, é a automatização das celas, que teriam trancas eletrônicas, não havendo mais a necessidade de um agente destrancar para abri-la. "Falamos com o governo do Estado, que não atendeu ao nosso pedido. Até agora somente uma unidade está totalmente automatizada". (C.B.)
Nenhum comentário