Corredores podem diminuir tempo de viagem em ônibus em 20% em Mogi

Expectativa é da Secretaria Municipal de Transportes.
Sinalização começou a ser feita em ruas e avenidas.

Ônibus terão corredores exclusivos em algumas
ruas de Mogi das Cruzes

A Secretaria Municipal de Transportes espera que os passageiros gastem 20% menos tempo nas viagens de ônibus com a implantação de corredores exclusivos em Mogi das Cruzes. As vias que receberão os corredores são as avenidas Voluntário Fernando Pinheiro Franco e Fernando Costa e as ruas Ipiranga e Campos Sales, no trecho entre a Voluntário e a Flaviano de Melo. “Esses locais foram escolhidos para essa primeira fase porque já possuem duas faixas destinadas aos demais veículos e uma para o transporte coletivo”, explica o secretário municipal de Trânsito, Nobuo Aoki Xiol.

Somando todas as vias, as faixas exclusivas vão somar 2.637 metros de extensão. O  investimento vai ser de R$ 50 mil, segundo o secretário. O valor se refere a materiais e mão de obra para a implantação de sinalização.

Nesse momento a Prefeitura está na fase de colocação das placas e da sinalização de solo. “Depois, começamos em 28 de outubro a fase de adaptação. Teremos nesse período, que vai até 10 de novembro, agentes de trânsito orientando e alertando os motoristas sobre os corredores”, diz Xiol. As multas para quem circular nos corredores começam só em 10 de novembro. Os motoristas que forem flagrados vão pagar R$ 53,20 e vão acumular três pontos na carteira de habilitação.

“Queremos ganhar com os corredores exclusivos de ônibus pelo menos 20% no tempo de viagem dos coletivos. A princípio queremos trazer igualdade e equílibirio entre o transporte coletivo e o individual. Isso porque pelo número de pessoas que o coletivo leva, ele não tem essa mesma proporção na utilização do espaço viário que é tomado pelo automóvel. Então, busca-se com essas faixas dar essa igualdade na divisão do espaço viário”, conclui o secretário.

Enquanto um ônibus padrão pode transportar 60 passageiros por viagem, um automóvel leva, em média, cinco pessoas.

Nas ruas da cidade a opinião da população se divide. Enquanto alguns acham que a medida pode render bons frutos outros defendem que ela não será tão eficaz assim. “Eu acho que o corredor de ônibus só na Voluntário e na Ipiranga não vai resolver. O ônibus passa na Ricardo Vilela, no shopping, no Centro e na hora do rush é complicado”, avalia a auxiliar em serviço de conservação, Rosana Aparecida Figueiredo.

Já a dona de casa Maria Vitalina Coelho acha que os corredores podem ser bons, especialmente para os pedestres. “Às vezes tem carro parado na frente do ponto e o ônibus tem que parar bem antes para gente subir. Se fosse corredor exclusivo de ônibus não tinha esse problema. Eu acho que vai dar certo.”

“São poucas pessoas que usam a faixa da direita ali. O pessoal sabe que é preferencial e eu vejo poucos carros ali. Eu mesmo já evito passar pela avenida porque é muito trânsito. Para os ônibus vai ser boa essa mudança, mas para os carros vai ser ruim porque vai ter menos espaço”, defende o técnico em informática Pedro Corrêa.

Para o aposentado Dorival Tavares a melhoria do trânsito de Mogi das Cruzes exige medidas mais radicais. “Eu acho que não é benéfico. Vai prejudicar o motorista e melhorar só para o pedestre. Para resolver o problema de Mogi tinha que fazer que nem em Campinas: derrubar a cidade inteira e fazer de novo.” 

A analista financeira, Silvia Souza quer a ampliação dos corredores. “Eu já quase não passo pela Voluntário por causa do movimento. As mudanças são bem-vindas, mas precisa ter na cidade inteira”.

Segunda fase
A ampliação dos corredores exclusivos de ônibus já é estudada pela Secretaria de Transporte. De acordo com Xiol, um levantamento está sendo feito para apontar os locais onde a medida poderá ter mais impacto com menos custos de implantação.

“Nós temos dificuldades em implantar os corredores em locais de grande circulação de veículos, como a Avenida Francisco Ferreira Lopes e a Avenida Japão. No caso da Japão, ela é bem complicada porque tem mão dupla e só cabem duas faixas. Mas, como a Japão tem 11 quilômetros de extensão em alguns trechos é possível a instalação de uma terceira faixa. Mas só um estudo poderá apontar esses locais.” Outra via que poderá receber um corredor é a Rua Olegário Paiva, segundo o secretário. Com o alargamento de um trecho da via, o corredor pode se tornar viável.