Ao todo, segundo o órgão, que pertence à Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional do Governo do Estado de São paulo, os dez municípios que compõem a região, possuem, neste ano de 2013, pouco mais de 1,4 milhão de habitantes. Para o Seade, consideram-se como analfabetas as pessoas maiores de 15 anos que declararam ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), durante pesquisa do censo demográfico, não serem capazes de ler e escrever ou que aprenderam a ler e escrever, mas esqueceram, e as que apenas assinam o próprio nome.
A Estância Hidromineral de Poá e a cidade de Mogi das Cruzes apresentam os menores índices de analfabetismo da região: 3,30% e 3,96% de seus moradores, respectivamente. A média estadual, segundo balanço do Seade é de 4,33% da população residente. As demais cidades do Alto Tietê possuem índice de analfabetismo que varia de 5% a 9%, conforme a localização (quanto mais características rurais, maior o índice).
Entretanto, no que se refere aos números absolutos, as cidades mais povoadas, como Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes e Suzano, detém o maior número de moradores analfabetos: 19.005, 15.887 e 13.138, respectivamente.
Análise
Na avaliação da educadora Maria Geny Borges Ávilla Horle alguns fatores, entre os quais, a localização da moradia, além da migração, acabam por influenciar no processo de alfabetização e investimento em educação.
"O analfabetismo é maior na zona rural, pela dificuldade das crianças frequentarem a escola na idade certa e também de jovens e adultos participarem de cursos da EJA. Em consequência, municípios com maior área de zona rural tendem a ter maiores índices de analfabetismo. É o caso de Biritiba, Salesópolis e Guararema", comenta.
"Além disso, municípios onde a migração é intensa também têm dificuldade em avançar no combate ao analfabetismo, pois, todo momento, recebem novas pessoas com pouca ou nenhuma escolaridade. Cito Ferraz e Itaquá como exemplo, mas Mogi também sente este impacto, pois nos últimos anos o número de novos habitantes tem sido grande, tendo em vista o seu crescimento e desenvolvimento", completa a educadora.
Como alternativa, Maria Geny - que já foi secretária de Educação de Mogi das Cruzes nas duas gestões de Junji Abe, além de Marco Bertaiolli, professora universitária e dirigente Regional de Ensino - afirma que é necessário que o combate ao analfabetismo seja uma prioridade para cada uma das cidades da região do Alto Tietê. "É importante que se faça uma análise das razões pelas quais, naquele local, o analfabetismo é grande e ações sejam efetuadas para resolver o problema detectado", conclui a educadora.
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