A Polícia Civil deve instaurar um inquérito para investigar se houve negligência no atendimento, na Santa Casa de Suzano, a uma mulher, de 22 anos, que estava grávida de gêmeos. Os dois bebês ainda chegaram a ficar internados, mas morreram com poucos dias de vida.
Segundo informações do Boletim de Ocorrência (B.O.) registrado na tarde da última quinta-feira, na Delegacia de Polícia (DP) Central da cidade, como homicídio culposo (quando não há a intenção) a atendente Jenifer de Souza Rodrigues contou em depoimento que no dia 16 de junho entrou em trabalho de parto e foi até a Santa Casa de Suzano para procurar socorro.
Ainda de acordo com o documento, quando ela chegou à unidade foi informada que não havia vagas e que deveria ficar esperando na sala pré-parto. Nesse local, teria acontecido o nascimento do primeiro bebê. "Só quando o Davi (primeiro bebê) nasceu, foi que uma enfermeira foi me socorrer. Ela enrolou meu filho em um pano e o levou, junto comigo, para uma sala de parto", falou Jenifer.
Consta no B.O. que na sala de parto, para onde a mãe foi levada, já havia outra mulher dando à luz.
Além disso, segundo apurou o DS, quando o médico começou a fazer o atendimento, foi forçado o nascimento da segunda criança. "O meu filho ainda estava sentado, ele deveria ter esperado eu fazer força para que fosse para a posição correta", disse.
Quando o médico puxou Nicolas, o segundo bebê, para fora, o mesmo teria ingerido um liquido, que envolve a criança antes do nascimento.
Ainda segundo a atendente, um médico da família teria explicado que o melhor procedimento para uma gravidez de risco era uma cesária, e que o procedimento escolhido pelo médico teria prejudicado as chances de vida dos bebês.
A vítima ainda presenciou outras irregularidades dentro da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) Neonatal. "Não havia leitos suficientes para os dois, e somente um deles foi colocado na incubadora", explicou Jenifer.
Além disso, a mãe apontou ainda que pedia várias vezes para que as crianças fossem limpas, e que os bebês viviam sujos de fezes e vômito. Em uma das ocasiões, um dos bebes teria se engasgado quando uma enfermeira foi alimentá-lo por meio de uma sonda.
Depois de oito dias, o primeiro bebê morreu. O segundo morreu quatro dias depois. O laudo da morte, apresentado pelo hospital, apontou que as causas das mortes são uma bactérias e o fato de serem prematuros. No entanto, a mãe acredita em negligência.
A reportagem procurou a Santa Casa de Suzano, mas, até o fechamento desta edição, a instituição não se pronunciou sobre o caso.
Polícia investiga negligência em atendimento à grávida na Santa Casa

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